Opinião – Um país de notícias cremadas
Moah Sousa – jornalista, produtor cultural
Em plena pandemia da Covid-19, uma das principais redes de comunicação da América Latina, a Rede Globo, decidiu mostrar seus jornalistas trabalhando na apuração da pauta do dia. Ao invés de investigar e noticiar o crescimento dos crematórios, o excesso de fétidas fogueiras nas periferias das regiões metropolitanas, além do papel dos milicianos no mando do Brasil, por exemplo. O grupo, que ‘engloba’ TVs, rádios, jornais e novelas de tatuados, vai mostrar pro mundo todo a marca do pó de arroz usado pelos produtores do noticiário brasileiro. E o povo do impávido colosso? Bueno, desconfio que se o William Bonner sair às ruas, terá suas fuças lambidas, não pelo carinho da audiência ou por amor as brancas mechas de cordeiro no couro cabeludo, mas por causa do arroz que mata a fome. Desconfio que dermatologistas, não tatuados, serão capazes de nos livrar das perebas na pele nacional. Talvez, quem sabe, prescrevam uma boa dose das gramíneas, que alimenta mais da metade da população humana do mundo, mesclada com chumbo quente pra alimentar a maioria da nossa gente. Por fim, muitos camuflam cicatrizes de doloridas lembranças da luta dos trabalhadores brasileiros por justiça, igualdade e nenhuma tatuagem. Vacina pra todos e forabolsonaro!
Divulgação Sabe Caxias:
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