Artigo / Mulheres e o lado certo da história por Tatiane Frizzo / vereadora
Todos estão atentos aos desdobramentos da situação que envolve o Afeganistão. Após a retirada das tropas americanas, o grupo Talibã assumiu a capital, Cabul. Há um temor claro de que direitos básicos sejam desrespeitados. A chegada do grupo fundamentalista ao poder tem um impacto direto na forma como vivem as pessoas, especialmente as mulheres e meninas.
Quando o Talibã assumiu o comando, em 1996, as mulheres não tinham permissão para estudar ou trabalhar e foram proibidas de sair de suas casas ou viajar desacompanhadas por homens e, ainda, deveriam estar cobertas dos pés à cabeça.
Agora, assim que o grupo retomou o poder, paredes que exibiam mulheres com vestidos de noivas foram cobertas. Anúncios com mulheres usando maquiagem também foram removidos. Os direitos básicos das mulheres como estudar, trabalhar, se locomover serão mantidos? É uma incógnita, infelizmente.
No Brasil, embora o contexto das mulheres seja incomparável com a situação narrada acima, pois “graças a Deus” vivemos em um país democrático, convivemos diariamente com situações que nos colocam em perigo e que nos inferiorizam. Precisamos estar alertas para não termos nossa integridade atingida e não perdermos direitos conquistados com muito esforço pelas que vieram antes de nós. Para ter clareza disso, basta olhar os índices de violência contra a mulher que crescem exponencialmente no nosso país e no mundo e a minirreforma eleitoral que, na prática, dificultará ainda mais a participação das mulheres na política.
O mundo não pode e não deve esquecer o que está acontecendo no Afeganistão. Bem como, nós brasileiros, não podemos fechar os olhos para os retrocessos nos direitos das mulheres. Que possamos compreender que enquanto uma mulher não tiver seus direitos garantidos, nenhuma mulher é livre. A luta das mulheres é uma conquista diária. É preciso a união de esforços para garantir os direitos básicos e humanitários de todos.
Aqueles que se opõem ou se calam diante de injustiças e opressões não estão do lado certo da história.
Divulgação Sabe Caxias: