A rebelião da beleza masculina / Maximilano Demarco
Maximiliano Demarco – cirurgião-geral/Franquia Homenz
Não faz tanto tempo assim. Homem só entrava em salão de beleza para buscar a mulher. Fazer as unhas era para os ultra vaidosos e a limpeza de pele, para os adolescentes com acne. Desodorante, sim (discretíssimo, sem personalidade ou eficiente em relação ao resultado). Perfume apenas para ocasiões especiais. O simples fato de um homem dedicar mais tempo aos cuidados com a aparência era visto como uma atitude extravagante e incomum – um comportamento perpetuado de pai para filho. Percebo, e obviamente não sou o único, que as novas gerações deixaram de lado o pensamento de que, ao cuidar-se, o homem prejudicaria sua masculinidade.
Isso significa um avanço quanto ao modelo de pensamento preconceituoso e separatista entre os sexos. Reflete as transformações sociais e as novas práticas em relação ao que se pode chamar de “bem estar no mundo”, um direito de homens e mulheres. Tem a ver com qualidade de vida e equidade de procedimentos. E ainda valoriza a masculinidade – a partir, sempre, do que se consideram os padrões de cada época.
Não é à toa que esse avanço se vê caracterizado por um aumento no segmento da beleza masculina, que vai muito além dos cuidados com barba e cabelo. O Brasil é o segundo maior mercado nessa área, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Os homens já representam 30% da clientela das clínicas de estética no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC-Spas). Em 2023, o mercado global de beleza masculina alcançou faturamento de mais de 70 bilhões de dólares, segundo a consultoria Research & Markets. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a procura dos homens por tratamentos dermatológicos, estéticos e de cuidados com o corpo aumentou 30% nos últimos anos. A expansão abre oportunidades para toda a cadeia produtiva: indústria, comércio e serviços e praticamente expulsa do vocabulário a palavra “metrossexual” – pelo menos no sentido pejorativo.
Divulgação Sabe Caxias:
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