Prevenir e cuidar para fazer mais – Na semana do Dia Nacional da Prevenção de Acidentes, docente do Senac Saúde fala sobre a importância da profissão
No dia 27 de julho é celebrado o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, um marco da luta dos trabalhadores por melhores condições de saúde e segurança no exercício da profissão. Porém, tudo isso não aconteceu da noite para o dia.
Ao longo dos anos, medidas legislativas foram conquistadas e elaboradas para garantir proteção e direitos aos empregados. Para eles, a prevenção significa a coisa mais importante que pode existir: a vida. O técnico em Segurança do Trabalho, advogado, mestre em Direito e docente do curso técnico em Segurança do Trabalho do Senac Saúde, Eduardo Piantá, fala sobre a importância dessas medidas preventivas. “Desde a saúde e qualidade de vida até questões de como ter força suficiente para carregar e abraçar os filhos e netos, pentear os cabelos, realizar tarefas simples em casa. Quando se fala em prevenção devemos ter em mente que não são apenas os trabalhadores da construção que se machucam. É preciso estar atento em todos os lugares”, explica.
Para as empresas, atuar na prevenção pode significar melhores resultados financeiros. Investir em medidas essenciais como o planejamento, treinamento e capacitação de pessoas, organização de métodos e processos de trabalho profissionaliza o negócio. “O empregador fará com que os trabalhadores saibam melhor o que, quando e como fazer suas atividades e que isso gera menos doenças, mais produtividade, maior tranquilidade e clareza”, afirma o especialista. Basta fazer uma analogia com o futebol: o clube que melhor planeja, treina e organiza métodos provavelmente terá melhores resultados em campo. Todos esses são elementos da segurança do trabalho.
Com a pandemia surgem novos elementos para a rotina de trabalho. Como não existem leis específicas trazendo boas práticas para segurança biológica, boa parte das empresas tiveram que criar as próprias políticas para proteger seus trabalhadores e clientes. “Isso, por si só, já é um desafio. Nem mesmo os especialistas em Infectologia concordam entre si sobre quais são os melhores procedimentos”, lembra Eduardo.
Além disso, a mudança de rotina aumentou o número de pessoas trabalhando no formato de home office e isso traz novos desafios. “Com o distanciamento, os trabalhadores precisam aprender a gerenciar e equilibrar o tempo, evitar distrações e ainda enfrentam novos riscos”, explica o especialista. “Podem surgir problemas ergonômicos por trabalhar com mobiliário inadequado, às vezes no sofá, pouca luminosidade, concorrência de ruído e distrações. Além disso, ainda tem o fator do isolamento que também pode afetar psicologicamente. Falta de contato social e atividades de lazer, ligadas à recuperação do estresse. O ambiente que, anteriormente, era destinado ao lazer passa a não ter divisões e o lar passa a ser o local de trabalho”, completa.
Outro problema é que os acidentes e doenças ocorridos enquanto se trabalha em casa são menos frequentemente reconhecidos como sendo acidentes de trabalho. É muito mais difícil comprovar ou evidenciar a relação entre o trabalho e a doença. “Importante esclarecer que, apesar de trabalhar em casa, não é todo acidente sofrido que será considerado acidente de trabalho. Só os que estiverem nítida relação com o trabalho poderão ser considerados assim”, explica. O docente do Senac Saúde ainda dá algumas dicas sobre como prevenir acidentes em tempos de home office.
– O ponto principal é organizar a rotina de trabalho para separar afazeres domésticos das atividades profissionais. Fazer um levantamento de tudo a ser desenvolvido e, a partir daí, elencar prioridades e traçar metas (curto, médio e longo prazo), fazer um esboço sobre metas diárias, semanais, mensais e trimestrais;
– É preciso manter a produtividade e o foco. Isso pode liberar mais tempo. Com as atividades devidamente listadas, é interessante dividir o tempo em atividades domésticas, profissionais e de lazer. Se possível, é bom também dedicar um tempo para ao desenvolvimento através de cursos on-line;
– Uma boa dica para fazer todas essas atividades é utilizar e pesquisar ferramentas que auxiliam. Alguns exemplos de ferramentas são as matrizes GUT, de Eisenhower e de custo-benefício.