MOVIMENTO NÓS EXISTIMOS reúne artistas e comerciantes em protesto
A pandemia virou do avesso o ano de 2020 para muita gente. Uns mais que outros é verdade. Enquanto shoppings centers permanecem lotados ao longo do dia, com aglomerações em lojas, festas clandestinas, pessoas nas ruas sem máscara nos bairros da cidade e crianças fora da escola correndo como se nada estivesse acontecendo, músicos, donos de bares e restaurantes que seguem os protocolos pagam um preço caro pelo aumento da curva de contágio da COVID-19 no Brasil e no Rio Grande do Sul. Neste sábado, o movimento “NÓS EXISTIMOS – MANIFESTAÇÃO DO BEM”, reuniu comerciantes, produtores de eventos, artistas na Praça Dante, em frente a Catedral Diocesana para protestar não só contra o preço que está sendo cobrado ao setor pelo aumento da pandemia, mas também pela falta de maiores investimentos na saude principalmente.
De forma totalmente organizada, respeitando os protocolos sanitários, usando máscaras e higiene para mãos, mantendo o distanciamento, após publicizar as necessidades do setor, o grupo que reuniu um grande número de trabalhadores, desceu pela Sinimbu na contra-mão, conquistando o respeito com apoio através de buzinaços.
Foram usados instrumentos musicais no protesto como forma de fazer barulho e escolhida uma música do J.Quest como símbolo da marcha. Um documento contendo os protestos e reivindicações foi lavrado e será entregue às autoridades municipais e estaduais.
IMAGENS DO PROTESTO:
“Carta à Administração da Cidade de Caxias do Sul”
“Prezados senhores,
Nós, que trabalhamos no ramo de entretenimento (músicos, donos de casas noturnas, produtores de eventos, produtores musicais e apoiadores da cena musical) na cidade de Caxias do Sul viemos por meio desta trazer nossa CONSTERNAÇÃO com as restrições estabelecidas no que diz respeito à oferta de música ao vivo nas casas noturnas como meio de controle da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19). Tal decisão, por nós é recebida como uma AFRONTA À NOSSA CLASSE, uma vez que somos, mais uma vez, os maiores prejudicados e teremos, novamente, dificuldade para arcar com o nosso próprio sustento, visto que os senhores estão nos impossibilitando de TRABALHAR.
Tendo em vista que NÃO HÁ EXPLICAÇÃO PLAUSÍVEL que justifique que o público (que JÁ ESTÁ no restaurante/casa noturna, sentado na sua mesa) não possa apreciar, além da sua refeição, uma música executada AO VIVO por um músico contratado pelo estabelecimento, músico este que está NO PALCO, mantendo DISTANCIAMENTO do público, apenas realizando o seu trabalho, estamos aqui hoje, para EXIGIR REVISÃO deste DECRETO direcionado à nossa classe, de forma que possamos voltar a oferecer música ao vivo nos estabelecimentos e assim, continuar exercendo nosso papel de contribuir com o movimento da MÁQUINA FINANCEIRA da sociedade, ao invés de morrermos de fome.
Precisamos ter bom senso com relação ao momento vivido, e os senhores precisam ter bom senso ao REDIGIR DECRETOS que podem muito bem caminhar no sentido do controle da pandemia sem nos prejudicar desta forma, porque NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS PELA FALTA DE LEITOS NOS HOSPITAIS, OS SENHORES SÃO.
Nossas demandas adicionais serão discutidas ao longo deste movimento e apresentadas em adendo a este documento.”