Direção expõe crítica situação financeira da Codeca
Para equacionar prejuízos dos últimos cinco anos, uma série de medidas está em andamento e outras já implementadas
A nova diretoria da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) concentra esforços na elaboração de um conjunto de medidas, a serem implementadas no curto, médio e longo prazos, que assegurem o retorno do equilíbrio econômico-financeiro da organização. Nos últimos cinco anos, de 2016 a 2020, a companhia de economia mista, que tem o Município como seu principal acionista, apurou prejuízo de aproximadamente R$ 30 milhões, dos quais em torno de 65% consolidados no período de 2017 a 2019, na ordem de R$ 22 milhões. O resultado de 2020, ainda preliminar, aponta prejuízo menor, na ordem de R$ 6,7 milhões.
A situação financeira da companhia e as principais medidas em andamento foram apresentadas pela presidente Helen Machado, acompanhada do diretor operacional, Rafael Tregansin, durante entrevista coletiva virtual à imprensa, na manhã desta quarta (17). “Fosse a Codeca uma empresa privada, certamente já teria fechado”, afirmou para definir a difícil situação da companhia.
Mas assegurou que a companhia tem plenas condições de voltar a ser competitiva e atender às suas funções, principalmente de natureza social, como a coleta e destinação dos resíduos orgânicos e seletivos e da capina, bem como de perfil econômico, de entregar obras públicas de construção civil. Entende que, mesmo sendo prematuro projetar, especialmente pelas condições de saúde pública, é possível reduzir o prejuízo já neste ano. “Precisaremos de controles fortes e de mudanças culturais para atingirmos os objetivos. Hoje está difícil, mas é possível fazer a reconstrução ao longo dos anos”, citou a presidente.
Dentre as ações em andamento, Helen Machado citou a revisão do orçamento deste ano; renovação de contratos de compras, pois 90% estão com prazos vencidos; centralização do almoxarifado e gestão de compras; instituição de planos de manutenção preventiva e corretiva da frota – atualmente, 75 veículos estão parados nas oficinas por falta de peças, sendo seis caminhões; e a retomada efetiva da realização de obras pelo Departamento da Construção Civil, que perdeu sua função, principalmente, nos anos de 2017 a 2019, mesmo tendo quadro de 200 funcionários. Algumas obras já estão acertadas com o Município. No Departamento de Limpeza Urbana, a meta é criar um Centro de Controle de Operações, aproveitando a condição de a frota ser dotada de GPS. Outra alteração é a realização das compras por meio de pregão eletrônico em substituição aos presenciais e disputas fechadas nas licitações.
A direção também analisa formas de investir minimamente na frota de máquinas e veículos, principalmente caminhões para qualificar a coleta de lixo. As alternativas em estudo são financiamento ou injeção de recursos por parte da Prefeitura, o que necessariamente exige aval legislativo.
A presidente confirmou a previsão para abril da retomada do programa Troca Solidária, que passará por algumas alterações. Uma delas, já definida, é a troca de dia, de quinta para sábado, visando ao atendimento de maior número de famílias. A medida integra o programa de governo de Adiló Didomenico e Paula Ioris.
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Fabiana de Lucena
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