Brasil, pulmão do mundo, corre o risco de ficar sem oxigênio…por Miguel Brambilla
O inacreditável paradoxal está acontecendo e estamos todos paralisados, vendo a vida pelas plataformas digitais e pela TV. O Brasil, detentor de 90 % da mais cobiçada e devastada biodiversidade mundial, a Amazônia, corre o risco de não ter oxigênio industrializado para atender a população que já começa a morrer por falta de governo e de atendimento.
Há um ar de psicopatia no ar. Um governo que nega a pandemia e um povo que acredita que ela não exista, que são apenas números as quase TREZENTAS MIL mortes em UM ano só no Brasil.
Tudo mata, até palito de dente nas mãos do “Jhon Wick”, personagem do Keanu Reeves, que não consegue se livrar do carma do mal. Nem ele mata mais gente que as receitas criminosas de cloroquina, ivermectina e os bailes clandestinos.
Ao som de Pink Floyd, na psicodelia de hoje, rememoro Syd Barret que gostava de subverter a ordem das coisas, rodando os discos ao contrário e não por acaso, se desligou por escolha própria e doença é claro, da realidade.
A indústria do oxigênio anunciou 56% de aumento da demanda do produto no Brasil, que estão trabalhando 24 horas por dia e mesmo assim pode faltar tanto na rede pública, quanto na rede privada e também para quem já consome cronicamente o insumo da vida.
É um cinismo dizer-se que o Supremo Tribunal Federal amarrou o Governo Federal dando autonomia para os governadores. A medida foi necessária pela incapacidade do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de compreender os limites institucionais de sua jurisdição como funcionário público número 1, sem diferenciar opinião pessoal de limites.
O fato de ele pedir para o Congresso Nacional derrubar o próprio veto, no caso de isentar as igrejas do pagamento de impostos atrasados, numa dívida bilionária, só aumenta um asco natural que todo cidadão normal que não estiver associado há uma psicopatia genocida deve ter neste momento.
Quantos respiradores? Quantos leitos? Quantas campanhas de conscientização seria possível construir e unir o povo numa única causa, a saúde pública? Quantas usinas de geração e captação de oxigênio com o valor de um bilhão e quatrocentos milhões de reais que se quer renunciar, como se fosse troco de almoço entre amigos poderia se implantar?
O mais inacreditável é que continua não acontecendo nada e o grupelho que assaltou o poder na ignorância do povo, no protesto leviano e na carona da corrupção institucionalizada do PT avança, blasfemando contra tudo e contra todos e sendo aplaudido por hipnotizados fanáticos.
Vivemos a consagração da descrença do filósofo “Niccolò di Bernardo dei Machiavelli” que viveu na transição do século XV para o XVI, período com diversas transformações radicais nas estruturas sociais.
Disse com lucidez e franqueza aquele que é considerado mentor ou no mínimo um relator das imensas mazelas políticas da humanidade até hoje incapaz de encontrar a verdadeira paz nas ações coletivas que envolvem o exercício do poder: “Não precisa seguir todos os princípios da virtude, mas deve aparentar que segue”.
Escrito assim, na forma de conselho, como que para garantir um bom emprego, é certo que o gênio do filósofo sobre o caráter dos ambiciosos está antecipado ao seu tempo.
Levo meia hora para escrever esse texto. Num cálculo atual médio, de três mil mortes por dia, no dia 19 de março de 2021, num dia 1.440 minutos, perde-se uma vida a cada 2 minutos pela covid-19 neste momento;ou seja: 60 pessoas morreram em apenas três faixas do álbum “The Dark Side off The Moon”.
Mesmo assim tem gente que ainda não acredita…Mesmo assim tem gente que votaria de novo…”Mesmo assim….mesmo assim…mesmo assim…mesmo assim…”, diria o Syd, olhando para o nada e tocando indefinidamente a mesma nota da guitarra, num mergulho nas invisíveis dimensões da mente ou em um universo paralelo de puro êxtase e contemplação.
Viva, lute contra, proteste, incomode-se ou apenas lamente a loucura de todos os tempos…O que não é saudável fazer de verdade, é nega-la, digo para mim mesmo ao olhar no espelho enquanto escovo os dentes com pasta industrializada, pensando sobre como aprofundar na alma, o verdadeiro sentido da vida. Qual é?
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