Órgãos de Segurança debatem sobre Cercamento Eletrônico
Sindilojas Caxias reuniu autoridades em torno dessa iniciativa que interessa a toda a comunidade caxiense.
Em um encontro promovido pelo Sindilojas Caxias, por meio do Departamento de Segurança, os órgãos de segurança do município apresentaram a importante pauta do cercamento eletrônico na cidade. O Painel On-line sobre Segurança foi realizado nesta terça-feira (11.05) pela Plataforma Zoom com a participação de empresários do comércio varejista. Mediado pelo Coordenador do Departamento de Segurança, o empresário Edenilson dos Reis e com a participação de painelistas como o Delegado Regional da Polícia Civil, Cleber dos Santos Lima, o Comandante do CRPO Serra, o Coronel Alexandre Brite da Silva, o Major Emerson Ubirajara de Souza, Comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) e o Secretário Municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto da Silva.
Na abertura, Edenilson convidou as autoridades de segurança para que cada um expusesse a opinião sobre o cercamento eletrônico, ressaltando os ganhos para a comunidade e o envolvimento de cada um dos órgãos de segurança. Também solicitou que informações sobre quando o projeto vai ser efetivado, bem como o orçamento para a execução e o que falta para ser implantado.
O Delegado Regional da Polícia Civil, Cleber dos Santos Lima, lembrou a importância do cercamento eletrônico para os órgãos de segurança como prova criminal para a condenação de um infrator, auxiliando para elucidar crimes: “Esse projeto precisa do apoio de toda a comunidade, seja poder público e empresariado, já que Caxias do Sul está atrasada no cercamento eletrônico. Em Porto Alegre, por exemplo, o Centro Integrado de Comando e Controle e a EPTC tem um cercamento em toda a cidade, reduzindo a criminalidade”, destacou. Segundo ele, monitorar a circulação de veículos é muito importante para as forças de segurança.
De acordo com levantamento apresentado pelo Comandante do CRPO Serra, Coronel Alexandre Brite da Silva, hoje em Caxias o videomonitoramento conta com 51 câmeras, mas apenas 32 câmeras estão funcionando. Ele explicou que o cercamento identifica placas de veículos roubados ou com licenciamento vencido e pode fazer, até mesmo, reconhecimento facial. Atualmente, 15 municípios da serra gaúcha contam com essa tecnologia: “Para se ter uma ideia sobre a eficiência do cercamento: todos os municípios que contam com essa ferramenta tiveram redução dos indicadores de criminalidade. Se a prefeitura efetivar essa mudança, Caxias do Sul vai avançar muito na segurança”, afirmou. Já o Major Emerson Ubirajara de Souza, Comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), que veio de Novo Hamburgo, cidade que possui cercamento eletrônico em funcionamento desde agosto de 2020, disse: “A gente sabe que o crime anda sobre rodas. Essa ferramenta auxilia na prevenção, na opressão e na investigação de crimes”, pontuou. O Major explicou que os criminosos preferem atuar em municípios que não possuem o cercamento eletrônico, pois se refere à circulação dos veículos. Lembrou que, nesse sistema, cada policial pode ter no próprio smartphone inteligência, integração e investimento qualificado: “Já colocamos ao prefeito o entendimento de que é preciso ser colocado em prática em Caxias do Sul, lembrando que o roubo de veículo pode gerar um latrocínio”. Ele ressaltou que a média de roubos de veículos em Caxias foi de 0,6% por dia, que é muito baixo. Segundo o Major, a frota de Caxias é a segunda do estado, mas quase se iguala à Porto Alegre pela média da população. E alertou ao finalizar: “Caxias do Sul não pode ficar para trás das cidades do entorno porque quanto mais cidades ao redor possuírem o cercamento eletrônico, o criminoso vai preferir vir a Caxias do Sul”.
O Secretário Municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto da Silva, reconheceu que o tema é uma preocupação do governo e informou que já foram realizadas reuniões com os órgãos de segurança e empresas que atuam no setor: “O projeto está sendo encaminhado e há limitações em orçamento, mas é prioridade avançar neste tema. Todos os pontos estão mapeados e sabemos que são 300 pontos já compartilhados com as autoridades da área que envolvem consultas integradas, já que atualmente, a Guarda Municipal não tem acesso a alguns dados”. Segundo ele, quando o cercamento eletrônico for implementado, a Guarda Municipal também poderá fazer o acompanhamento da criminalidade. Um levantamento feito pelo município mostrou que as câmeras se concentram na área central da cidade, mas o objetivo da prefeitura é colaborar para ampliar pela cidade o videomonitoramento: “Caxias do Sul é uma cidade grande, a segunda do estado. Essa sempre foi uma reivindicação minha como delegado regional e hoje é um projeto para ser encaminhado”, esclareceu. O Secretário explicou que o Centro Integrado de Monitoramento deve ser espelhado aos órgãos de segurança, mas não determinou prazo para execução porque depende de financiamento ou Parceria Público Privada. “Podem contar com a iniciativa do município para fazer e o município está aberto ao diálogo para alinhavar uma parceria com o Sindilojas. É fundamental e indiscutível contar com uma inteligência virtual com a Guarda Municipal participando do RS Seguro”, disse. Ele também admitiu que a cidade está atrasada neste processo e por isso o monitoramento e cercamento precisa ser instalado. Sobre os custos, são R$500 mil por ano atualmente com o videomonitoramento, enquanto o cercamento eletrônico vai trazer um custo anual de R$3 milhões: “Esse não será um custo, mas um investimento para Caxias do Sul diante da necessidade de equilíbrio do tripé saúde, educação e segurança”, finalizou.
Para o Coordenador do Departamento de Segurança, Edenilson dos Reis, esse primeiro encontro permitiu que a iniciativa privada e os órgãos públicos estejam alinhados para colocar em prática este projeto do cercamento virtual.
Crédito: Cristhian Silva
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