Editorial Sabe Caxias: 20 de junho: O início do fim do governo Bolsonaro
O dia 20 de junho de 2021, é mais um dia triste na história do Brasil. O massacre da pandemia descontrolada, desgovernada, vítima de um governo negacionista e cúmplice de genocídio, será contado nos livros de história desta linda nação. Quando se chega a marca de 500 mil mortes sem sensibilizar boa parte de extremistas de uma ultra-direita que só pode ser descrita como cruel e insensível, o que mais se tem a dizer para este determinado grupo, que apoia um líder ensandecido pela distorção aloprada e alucinada da verdade?
A convulsão social prevista muitas vezes por este veículo, em muitos momentos de observação da insistência em continuar-se prescrevendo cloroquina, ivermectina, tratamentos precoces ineficazes, o não uso de máscaras, demonstrando-se completo desprezo à ciência do planeta ficará marcada na combalida sociedade brasileira como quem sabe o fundo do poço no processo de formação de uma consciência coletiva mais saudável e madura.
Não é possível permanecer elegendo líderes aloprados num presidencialismo imperialista que no poder assumem papéis autoritários e absolutistas, apoiados por partidos ou grupos, incapazes de analisar a verdade social como um todo.
A verdade é uma só. Não existem caminhos para tergiversações em fatos relacionados a fome, a miséria social, a concentração de renda, ao agora negacionismo anti-científico estabelecido no Brasil, como se a nação vivesse no século XV, no século das bruxas ou em qualquer tempo distante das luzes do Iluminismo e do bom raciocínio.
Há um explicável fenômeno que alimenta as chamas obtusas do bolsonarismo aloprado e fanático, o oportunismo dos lulistas que tiram da cartola ou da cadeia, literalmente, numa antecipada campanha eleitoral para 2022, alguém que se tivesse realmente compromisso com a nação e com a própria história, faria questão em esperar uma candidatura limpa de máculas, esperando que os processos ao qual está respondendo em primeira instância, não caduquem, não prescrevam simplesmente, mas que seja provada a verdade em todo o trâmite em julgado.
Lula, se fosse a alma mais “pura e honesta” do Brasil, ficaria como presidente de honra de um governo apontado por ele próprio e se absteria da mácula de correr para a presidência da república para esconder-se do próprio passado. Não é altruísmo nacionalista isso. É puro oportunismo político, o que infelizmente, esvazia em muito o discurso da esquerda que carimba a tese da volta deste cidadão que não viu o mensalão e o petrolão ao poder.
Em meio esta batalha de hienas políticas, bolsonaro navega na verborragia da ameaça comunista, alimentando a indiferença com o capotamento fúnebre da nação.
“Não sou coveiro”, “é só uma gripezinha”, “vou comprar vacina na casa da tua mãe”, são apenas algumas pérolas deste homem mal educado e cruel, que por um acidente terrível do destino e a incompetência da esquerda no poder virou presidente do Brasil.
O sábado dia 20, teve protestos nas ruas. Mais uma vez, mais bandeiras vermelhas do que verde e amarelas. Alguém precisa avisar o marketing político dos partidos de esquerda, que esse protesto vermelho, nas imagens e algumas tímidas bandeiras do Brasil, apenas ateiam ainda mais fogo no cabo de guerra do extremismo político, confirmando o discurso das ameaças comunistas falsas dos bolsonaristas, mas em sintonia com bandeiras vermelhas nas ruas que não representam as cores dos símbolos nacionais.
Verde, amarelo, azul e branco são as cores do Brasil. Talvez neste momento, o negro do luto deva ser colocado como forma de protesto. E nessa onda de infantilismo nacional, o Brasil ficará na história da pandemia como primeiro lugar em mortes, alcançando-se numa simples matemática em dois meses a marca de 700 mil mortes. Basta observar o ritmo de vacinação.
Bolsonaro sairá corrido do Brasil. Não terá espaço na sociedade. Vai perder a eleição. Terá que responder há um tribunal internacional por crime de lesa pátria. Terá vários caminhos como cidadão e teremos, quando cair a ficha pessoal de que o poder é passageiro, na consciência deste homem que acreditou que era realmente um mito, a sua tragédia pessoal. Desfechos diferentes se apresentarão na solidão do fim do poder inglório, fruto desta maldade explícita de um presidente que nunca visitou um hospital, que não se preocupa em mais nada que não seja o seu sucesso pessoal e acredita que palavras hipócritas e populistas convencerão por infinito tempo as pessoas e mudarão os fatos que estão postos na convulsão social brasileira que iniciou não com a pandemia, com a escolha negacionista do presidente da República e seus conselheiros.
Bolsonaro pode como Getúlio Vargas se matar? Não terá essa grandeza eu creio, nem essa coragem histórica. Irá renunciar? Jamais. O poder para ele agora é um refúgio.
Bolsonaro vai conseguir dar o golpe de estado? É a única solução que ele deve estar pensando ao trabalhar pelo voto impresso e tentar cooptar o exército e as polícias. Se realmente tivesse força nesta direção, os protestos deste sábado não teriam sido pacíficos. Foram pacíficos não por que os bolsonaristas são democráticos, por que são covardes. Foram pacíficos por que Bolsonaro não tem o apoio das polícias e do exército, por que em desespero poderia ter agido com o mesmo autoritarismo que vem pregando em fatos isolados. Fosse mais inteligente para o mal, e felizmente não é, teria sabotado as capitais, teria força para reagir com as polícias, com as “gestapos tupiniquins” que está tentando criar.
A elite das armas ficou quieta. Temem as ruas. Temem os pobres que foram pedir comida. Temem mudar de ideia, por que boçais acreditam-se infalíveis, mitos em torno do mito, salvadores.
A derrota no ano passado nas urnas, o povo nas ruas, a CPI do Senado, está criando um cerco acelerado na direção de Bolsonaro e o Congresso, o centrão cooptado também já sabe disso.
Não é mais possível defender o negacionismo com 500 mil mortos, sem perder eleitores e comprometer mandatos futuros. Os políticos sabem disso.
Ficarão alguns generais de última hora no bunker bolsonarista e será realmente digno de piedade ver a derrocada desta família que no auge do poder, só exalou arrogância e egoísmo.
Fugir também não será possível para Bolsonaro. Para onde? Qual o país que dará abrigo ao genocida brasileiro, famoso no mundo inteiro por negar a ciência? Talvez a Bielorrúsia, mas eles são uma ditadura socialista, então ficará ainda mais difícil uma convivência saudável.
O inferno pessoal é o abismo deste presidente brasileiro que escolheu atropelar-se numa loucura genocida e golpista. Não há quem tenha lucidez neste comando. O próprio filho, Senador Flávio Bolsonaro, mandou que se enviasse a máscara no “anus” em desfaçatez com o tombamento de compatriotas.
O marco das 500 mil mortes e os protestos do dia 20 de junho são o início do fim do governo Bolsonaro e seus asseclas. O pêndulo da história mudou a partir deste dia.
Qualquer um que se sentir confortável em defender o negacionismo com este número simbólico, com essa tragédia macabra factual, será lembrado nas redes sociais e em seus grupos, como mais um ser cruel e insensível, assim como os barões e damas nazistas que dançavam sobre os escombros da derrota, engolindo o orgulho e a maldade, a ferro e fogo sob as chamas de Berlim e a morte do monstro nazista.
A vida é uma escolha. A verdade é uma só. Os fatos estão postos.
Esse governo precisa acabar com urgência, da mesma forma como o respirar de um pulmão, do oxigenar de um cérebro, de um pai que leva comida para casa, de uma mãe que precisa parir.
Não é para ontem, não é 2022. É agora. Todos os dias.
Fora Bolsonaro, e que o peso de teus atos te sejam dignos da misericórdia do Deus de bondade que o tempo todo tu esculachas, usando hipocritamente o seu nome em vão.
Divulgação Sabe Caxias:
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