Transformações tecnológicas tornam promissor mercado de autopeças no futuro
Afirmação é do vice-presidente Executivo da Randon S.A Implementos e Participações
e presidente e CEO da Fras-le, Sérgio Carvalho, que palestrou hoje na CIC Caxias
Qual o futuro das autopeças no Brasil? Para o vice-presidente Executivo da Randon S.A Implementos e Participações e presidente e CEO da Fras-le, Sérgio Carvalho, é muito promissor. Palestrante da reunião-almoço on-line que a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) realizou nesta segunda-feira (28), Carvalho falou sobre as mais recentes transformações tecnológicas e do ambiente de negócios no Brasil e no mundo.
“Transformações tecnológicas e dos ambientes de negócios acontecem desde o princípio dos tempos. Mas o que estamos vendo de diferente neste momento é que várias transformações, as mais significativas, as mais radicais, estão acontecendo simultaneamente”, argumentou. Entre as transformações radicais, Sérgio Carvalho citou as tecnologias na área da mobilidade, com o avanço dos veículos elétricos, hyperloops, carros autônomos, logística por drones e novas formas de transporte.
As incertezas geopolíticas – com a China ascendendo ao posto de grande potência econômica e tecnológica, com o nacionalismo do comércio mundial se contrapondo à globalização, com a polarização entre Estados Unidos e China e com a expectativa do mundo pós-pandemia – também estão rapidamente transformando o ambiente de negócios. “A China não apenas está crescendo de maneira acelerada, como em algumas décadas vai ser a maior economia do mundo e uma das maiores potências tecnológicas. O que está acontecendo hoje na China em termos de tecnologia é impressionante e surpreendente”, enfatizou.
A hiperconectividade é outra grande tendência em curso. “Entre telefones, computadores, sistemas bancários, países, pessoas, automóveis e cidades. É uma evolução gigantesca o mundo inteiro se conectando”, comentou Carvalho. No segmento de autopeças, a hiperconectividade entra no gerenciamento de frotas, veículos autônomos, entretenimento dentro dos automóveis, telemetria veicular e manutenção identificada eletronicamente, por exemplo. “Tudo isso usando a informação, os dados como principal protagonista de toda essa transformação”, acrescentou .
Divulgação Sabe Caxias:
Sérgio Carvalho falou também sobre o impacto da chegada de novos players na área de fabricantes de veículos. Embora a Tesla seja o exemplo mais conhecido, o executivo citou ao menos outros 10 novos entrantes neste mercado. “Eles entram no mercado com uma cabeça diferente, com práticas diferentes, com objetivos diferentes e todos nós temos de nos adequar a esta realidade”, alertou.
Estas mudanças estão levando os fabricantes tradicionais do segmento de autopeças, sabendo que seus atuais negócios estarão comprometidos no futuro, a procurar espaço nas novas arquiteturas do mercado, como por exemplo a produção de motores elétricos, de baterias e de células de carga ou hidrogênio. “Vocês vão ver fabricantes de eixos entrando em freios, fabricantes de freios entrando em baterias, é uma nova realidade para todo o segmento”, ponderou.
Em sua manifestação na abertura do evento, o presidente da CIC Caxias, Ivanir Gasparin, afirmou que Caxias do Sul e Região possuem importante sistema local de produção de autopeças, que fornece para as empresas integrantes da cadeia automotiva daqui, do País e até do exterior. “Aqui são montadas e fabricadas autopeças, peças e componentes para ônibus, caminhões, máquinas e implementos agrícolas e implementos rodoviários. No entanto, a indústria automotiva passou por grandes mudanças nas últimas décadas, muito em decorrência da introdução de novas tecnologias e de novas práticas de produção. O segmento de autopeças, em consequência, também foi afetado”, ponderou.