Executiva caxiense relata trajetória de sucesso em cassinos dos Estados Unidos e argumenta por que o Brasil deve legalizar os jogos de azar

Alethea Heinen Evangelista palestrou na reunião-almoço da CIC Caxias nesta segunda-feira (7)

Presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, mediou participação de Alethea Heinen Evangelista
Créditos: Silvia Cardoso

De camareira a presidente do Hard Rock Hotel & Casino Bristol (USA). A escalada de sucesso da caxiense Alethea Heinen Evangelista deu o tom da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) nesta segunda-feira (7). Ao participar virtualmente e falar sobre o tema “Uma aposta no sonho americano”, Alethea contou sua trajetória em um evento duplamente significativo: foi a retomada do calendário semanal das reuniões-almoço às segundas-feiras e foi alusivo ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

“Tenho orgulho de representar o Brasil, mulheres profissionais e estrangeiros num mundo novo. Quero que minha história de camareira a presidente inspire outras mulheres e imigrantes a lutarem por sucesso profissional no Brasil ou em qualquer lugar do mundo”, declarou Alethea, que dedicou sua palestra ao pai, o ex-presidente da CIC Caxias Carlos Heinen. “Um pai que trabalhou muito para me oferecer a melhor educação e oportunidades de sucesso”, declarou emocionada.

Depois de falar sobre o início de sua vida nos Estados Unidos, Alethea, que é formada em Turismo pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), relembrou sua trajetória profissional em grandes redes de hotéis, a partir de 1999, quando iniciou como camareira no Hilton Hotel, até assumir, neste ano, o cargo de presidente do Hard Rock Bristol. Executiva em um universo gerencial predominantemente masculino, ela disse que não encontrou barreiras por ser mulher. Disse que sua história não foi fácil, mas que as dificuldades foram vencidas com muito trabalho, dedicação e disciplina.

De acordo com a executiva, a indústria de jogos nos Estados Unidos emprega 1, 8 milhão de pessoas. São 981 cassinos e 44 estados em que os jogos são legalizados. Juntos, geram U$ 41 bilhões em impostos, com um impacto econômico anual de U$ 261 bilhões.

“Por que o Brasil deve legalizar jogos de azar?”, questionou. Porque, segundo Alethea, Brasil, Cuba e Coréia do Norte são os únicos países no mundo que ainda não regulamentaram os jogos. “Jogos ilegais são uma das maiores fontes de captação de dinheiro anualmente, algo perto de R$ 27 bilhões. Além disso, 20 milhões de brasileiros apostam diariamente no jogo do bicho e 10 milhões de brasileiros participam em apostas esportivas pela internet”, enumerou.

A palestrante afirmou ainda que a legalização poderá representar 658 mil empregos diretos, 619 mil empregos para produção de jogos, além de investimentos estrangeiros e crescimento na indústria do turismo. “O jogo ilegal impede a arrecadação de impostos para beneficiar saúde, educação e segurança pública”, argumentou Alethea.

Sobre o atual projeto de legalização de jogos de azar no Brasil, aprovado pela Câmera dos Deputados no dia 24 de fevereiro, e que agora vai para o Senado, Alethea disse que serão permitidos cassinos, bingo, videobingo, jogos on-line, jogo do bicho e corridas de cavalos. Lembrou que o limite de cassinos por estado será de acordo com número de habitantes, exclusivamente em complexos de lazer, com hotéis de no mínimo 100 quartos, restaurantes e centro de compras. O projeto prevê carga tributária de 17% sobre operação de apostas e de 20% sobre Imposto de Renda em prêmios a partir de R$10 mil.


Mulheres anônimas

Ao abrir a reunião-almoço, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, destacou a participação de Alethea Heinen Evangelista no evento e homenageou todas as mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, especialmente a legião de anônimas que não têm a visibilidade merecida, mas que lutam de todas as formas para fazer o mundo um lugar melhor.

Divulgação Sabe Caxias:

 

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