CIC Caxias sugere medidas para mitigar impactos econômicos com alta do petróleo

Em documento, entidade pede apoio do ministro Paulo Guedes, senadores e deputados federais gaúchos, governador Eduardo Leite e prefeito de Caxias do Sul

A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), por meio de sua presidência e da Diretoria de Planejamento, Economia e Estatística, enviou correspondência ao ministro da Economia, Paulo Guedes, à bancada federal gaúcha na Câmara e no Senado, ao governador Eduardo Leite e ao prefeito Adiló Didomênico, manifestando publicamente a grave preocupação da classe empresarial com os desdobramentos, principalmente econômicos, do conflito Rússia e Ucrânia, e pedindo o apoio dos representantes políticos à adoção de medidas que amenizem estes efeitos. No Brasil, diz a correspondência, “o impacto mais nefasto e imediato no aspecto econômico é a explosão do preço do petróleo, que certamente representa um desafio enorme para a nossa economia”.

No mesmo documento, assinado pelo presidente Celestino Oscar Loro, a entidade se posiciona em relação a medidas que entende adequadas e necessárias para enfrentamento da situação. Como medida mitigatória aos impactos da alta do petróleo, a CIC Caxias afirma apoiar as proposições que visem à redução dos impostos federais, estaduais e municipais que incidem sobre a cadeia dos combustíveis. Trata-se de uma redução temporária e emergencial, com o objetivo de amenizar os impactos dos preços internacionais do petróleo.

Também afirma apoiar a ideia da criação de um fundo temporário de subsídios aos preços do petróleo, subsídio este lastreado com recursos resultantes dos dividendos que a Petrobras paga ao governo federal, bem como a utilização, mesmo que parcial, de impostos incidentes sobre exportações de petróleo, cujos preços são afetados pelo mercado internacional e, portanto, capazes de suportar a medida.

Por outro lado, a entidade ressalta que não apoia qualquer tentativa de congelamento de preços, “por se tratar de medida imediatista, populista, inconsequente e que não produz efeitos positivos. Ao contrário, causa potencial desabastecimento do insumo que tem seu preço congelado, sendo a sociedade que, normalmente, paga o preço mais adiante”, argumenta a CIC Caxias.

Divulgação Sabe Caxias:

 

A íntegra da correspondência segue anexa.

Pres. 007/22                                                                                                          

Caxias do Sul (RS), 11 de março de 2022.

Excelentíssimo Senhor

Eduardo Leite

Governador do Estado

Porto Alegre – RS

Excelentíssimo Senhor Governador

Ao cumprimentá-lo, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), por meio da Diretoria de Planejamento, Economia e Estatística e em nome da classe empresarial sediada na segunda maior cidade do Rio Grande do Sul e representante legítima de mais de 25 mil empresas de diferentes portes, que fazem do município localizado na Serra Gaúcha um dos maiores polos industriais do País, manifesta profunda apreensão com os desdobramentos que a guerra Rússia x Ucrânia está provocando não só na região afetada, como em todo o mundo.

Assim como em outros países, aqui no Brasil sofremos um forte impacto emocional com os desdobramentos deste conflito. Também estamos sujeitos ao impacto econômico, uma vez que há significativo comércio bilateral de importações e exportações com a região conflagrada, com repercussões econômicas e dificuldades de toda ordem: no suprimento de insumos, na logística, nas altas taxas de inflação importada etc.

No Brasil, o impacto mais nefasto e imediato é a explosão do preço do petróleo, que certamente representa um desafio enorme para a nossa economia.

Ao sabermos que os efeitos da guerra têm pautado as ações do governo federal, queremos expressar nosso posicionamento junto aos representantes políticos em relação a medidas que entendemos adequadas e necessárias para enfrentar o momento.

Como medida mitigatória aos impactos da alta do petróleo, apoiamos de forma muita clara as proposições que visam à redução dos impostos federais, estaduais e municipais que incidem sobre a cadeia dos combustíveis. Esta redução, evidentemente, deve ser temporária e emergencial, como o objetivo precípuo de amenizar os impactos dos preços internacionais do petróleo.

Apoiamos também a ideia de criar um fundo temporário de subsídios aos preços do petróleo, subsídio este lastreado com recursos resultantes dos dividendos que a Petrobras paga ao governo federal, bem como a utilização, mesmo que parcial, de impostos incidentes sobre exportações de petróleo, cujos preços, obviamente, são afetados pelo mercado internacional e, portanto, capazes de suportar a medida.

Diante do exposto, gostaríamos de contar com seu apoio a estas iniciativas que visam tão somente mitigar em alguma dimensão os efeitos nocivos desta guerra sobre a economia brasileira e, consequentemente, a vivermos uma situação de normalidade no País.

Por outro lado, não nos agrada e não apoiamos qualquer tentativa de congelamento de preços, por se tratar de medida imediatista, populista, inconsequente e que não produz efeitos positivos. Ao contrário, causa potencial desabastecimento do insumo que tem seu preço congelado, sendo a sociedade que, normalmente, paga o preço mais adiante.

Diante dos temas abordados, agradecemos à atenção e reiteramos o apelo para que nossos representantes sejam proativos diante dos problemas. Na expectativa de que a guerra entre Rússia e Ucrânia se encerre o mais rapidamente, é fundamental que neste cenário de convulsão e explosão de preços de commodities, especialmente o petróleo, consigamos, aqui no Brasil, viver um ambiente mais próximo da paz, da ordem e do bem-estar.

Atenciosamente

Celestino Oscar Loro

Presidente da CIC Caxias

 

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