Jornada ESG é estratégia para empresas de todos os portes, afirma especialista
Na Semana Municipal do Meio Ambiente, Fabrício Soler palestrou na RA CIC Caxias desta quarta-feira (8)
“A agenda ESG chegou pelo topo da cadeia alimentar corporativa com as grandes empresas. Mas, seja pela pressão das corporações sobre seus fornecedores ou pelo buzz em torno do tema, isso começa a mudar. O ESG chegou também para as pequenas e médias empresas.”. Esta são algumas das conclusões de estudos a respeito do tema apresentadas pelo advogado especialista em meio ambiente Fabrício Soler durante a RA CIC Caxias desta quarta-feira (8). O evento promovido pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) fez parte da programação oficial da Semana Municipal do Meio Ambiente de Caxias do Sul.
On-line de São Paulo, Fabrício Soler trouxe uma série de reflexões sobre a jornada ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança, em português) e sobre como a prática destes temas pode agregar valor às empresas. “Vários temas que permeiam o ESG já são comuns em empresas de pequeno e médio portes”, observou.
Embora reconheça que no ambiental, nos últimos 10 anos, desde a ISO 14.000, o País tenha avançado bastante, muito há ainda para ser feito, especialmente na agenda social. O ‘S’ se constitui no grande desafio do Brasil, disse. Ele apresentou estudos indicando que a inclusão social, o combate às desigualdades e o racismo estarão na pauta em 2022. “As empresas serão cada vez mais cobradas por práticas sociais responsáveis. Já não basta gerar emprego e renda: é preciso inserir-se de fato no contexto social brasileiro, é necessário intenção”, expôs.
Fabrício Soler alertou que ESG é prática, ação e envolve integração transversal. ESG, segundo comentou, não é um estado de espírito, e que pontuou que são poucas as empresas que contam com um posicionamento estratégico a respeito do tema. Para o advogado, não é uma responsabilidade só do financeiro, da governança ou do jurídico. É de todo mundo, inclusive dos setores de operações, recursos humanos e sustentabilidade. “A alta direção deve trazer como prioridade e observar que isso vai impactar nos negócios, não é uma moda, o dinheiro percorre este tema”, reforçou.
O palestrante também mencionou um estudo da Grant Thornton Brasil, realizado em 2021 junto a empresas de capital aberto no Brasil, em que os principais benefícios percebidos com as práticas ESG são a valorização da marca, melhora da reputação, redução de riscos e atração de talentos. Mais de 80% das empresas pesquisadas têm o entendimento de que poderão sofrer impacto negativo no futuro caso não adotem uma gestão que considere ESG.
Em seu pronunciamento de abertura, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, mencionou a importância do tema, que tem dominado parte considerável da agenda das empresas. Para o empresário, mais do que uma reflexão, é tempo de agir, de ajustar as velas e se adequar à jornada ESG.
Celestino lembrou que a entidade já há muito trabalha a pauta do meio ambiente em suas estratégias de gestão, justamente por entender que o desenvolvimento econômico deve estar harmonizado com a preservação ambiental.
O presidente da CIC Caxias também falou sobre a importância do respeito à livre manifestação do pensamento. Citando o Artigo V, Inciso IV, da Constituição de 1988, Celestino afirmou que, inseridos num contexto de conflito de âmbito nacional, os episódios de grande repercussão vivenciados nas últimas semanas na Região, lamentavelmente, demonstraram intolerância e perigosa destruição do ambiente institucional. “O momento pede serenidade, espírito constitucional e, principalmente, um pouco mais de nível no debate político. O Brasil e os brasileiros merecem mais. Já basta de lacração, de polarização e de tentativas de ambos os lados de destruir os nossos valores enquanto Nação. Não se constrói uma sociedade desta maneira. Precisamos saber respeitar a liberdade de expressão em todos os ambientes e em todos os âmbitos”, concluiu.
Divulgação Sabe Caxias: