Vice-presidente da República prega harmonia entre os poderes e defende avanço nas reformas

Hamilton Mourão palestrou na RA CIC Caxias nesta terça-feira (12)

Quatro anos depois, quando esteve na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) um dia após ser anunciado como candidato à vice-presidente, Hamilton Mourão retornou ao palco da RA CIC na manhã desta terça-feira (12), e falou para um público de aproximadamente 300 empresários, autoridades e imprensa. Harmonia e equilíbrio entre os poderes, continuidade na correção do rumo da economia, avanço nas reformas, equilíbrio fiscal, soluções para o investimento público e atenção à educação básica foram os principais pontos defendidos por Mourão.

Antes, porém, o vice-presidente analisou o cenário nacional, associando problemas como baixo crescimento econômico e alta da inflação ao colapso nas cadeias mundiais de suprimentos, gerado pelos efeitos da pandemia e também pela guerra entre Rússia e Ucrânia. “No Brasil foram tomadas medidas necessárias para reagir a este cenário”, afirmou Mourão.

O vice-presidente também se pronunciou a respeito da questão climática. Lembrou que a matriz energética brasileira é 83% renovável, enquanto que a média mundial é de 35%. “Nós não somos o vilão na questão do aquecimento global. E isso vem sendo explorado muitas vezes pelas pressões de barreiras não tarifárias, que são colocadas pelos países europeus, e que agora se veem nessa situação de desvantagem face à crise energética”, argumentou.

O vice-presidente também disse que o Brasil, fruto deste ambiente interno e externo, tem três situações que necessitam de soluções: política, econômica e psicossocial, que chamou também de guerra cultural. “Vivemos essa forte polarização da política. A verdade é que, hoje, a independência e a harmonia entre os poderes estão comprometidas”, sustentou. De acordo com ele, uma das causas está no ativismo judicial. “O magistrado não pode estar se pronunciando politicamente, ele se pronuncia por meio dos autos. Criamos essa discussão muito malconduzida no ano passado sobre voto impresso. Não é o voto impresso, é a impressão do voto. No entanto, vimos magistrados que não têm a responsabilidade de discutir esse assunto buscando interferir junto ao Congresso Nacional em decisão que é única e exclusiva do Congresso Nacional”, salientou.

Hamilton Mourão mencionou também o desequilíbrio no relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, principalmente por conta do orçamento, criticando as emendas impositivas e de relator. “Temos que corrigir isso aí, o Executivo tem que voltar a controlar o orçamento”.

Além disso, reconheceu que a infraestrutura, uma das reivindicações apresentadas pelo presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, ficou parada no tempo. E indicou que parte dos recursos para financiar investimentos nesta área poderiam vir dos R$ 370 bilhões/ano de renúncia fiscal do governo federal.

Demandas da CIC Caxias

Depois de pedir apoio e atenção para os gargalos de logística e infraestrutura que desafiam a economia da Região, Loro afirmou que a carta a ser entregue ao vice-presidente era “a materialização das necessidades do ecossistema produtivo e da comunidade, avalizadas por todos os sindicatos empresariais, os quais representam empresas que geram mais de 250 mil empregos e uma produção de mais de 100 bilhões, para prosseguir com a nossa vocação empreendedora”.

–        Apoio para a conclusão da BR-285 na divisa entre RS e SC, com construção de ponte e asfaltamento dos quilômetros restantes;

–        Conclusão da BR-448, Rodovia do Parque, ou uma rodovia alternativa para a Região da Serra acessar Porto Alegre;

–        Continuidade do novo Aeroporto Regional da Serra Gaúcha com a destinação de verbas;

–        Apoio à implantação do Porto Meridional em Arroio do Sal, mais um investimento que trará melhorias na logística da Região,

–        Apoio na ligação ferroviária do RS com o centro do País, seja via renovação antecipada da concessão da Rumo ou alguma outra alternativa que ofereça ligação deste tipo de modal de transporte com o centro do País.

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Fotos: Júlio Soares/Objetiva

Divulgação Sabe Caxias:

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