Mississipi Delta Blues Festival em Gramado crava mais um marco do blues na Serra Gaúcha // Entre os grandes, o grande Beto Saroldi e banda deixaram com maestria sua marca.

Por Miguel Brambilla / jornalista e músico

Beto Saroldi e Maurício Sales no Mississipi Delta Blues em Gramado. É possível ouvir o som da foto. / Crédito: Daniela Xu

Participei da segunda noite do Mississipi Delta Blues Festival em sua primeira edição em Gramado. A histórica cidade turística gaúcha, estava como quase sempre, lotada. O pós-pandemia claro deixou suas cicatrizes em quase todos os corações e famílias, e é por isso que o festival me pareceu ainda mais emocionante.

A alma do blues presente, entre a catarse da dor e da alegria neste momento histórico mundial, representado pela música e especificamente o gênero, oriundo do grito de liberdade do passado, não poderia ter palco melhor que a Caza Wilfrido. Localizada a cerca de oito quilômetros do centro da cidade, em meio as árvores e cenário bucólico, os vários palcos do blues, fizeram rir e chorar com a batida frenética, com o slow blues, a marcação segura dos baixos, as guitarras choradas e claro, a voz do blues, se fez presente, presencialmente, novamente.

É certo que quem tem boa alma, não é mais o mesmo depois desses momentos difíceis em que passamos. Ver a volta do público, porém, os vários palcos, a alegria dos músicos em cumprirem suas tarefas despertou neste que escreve a sensação de gratidão, alegria e esperança. Pelo fato de estarmos vivos, pelo fato de podermos fazer novos amigos, pela música, pela arte, pela prosperidade, pelo blues.

Toyo Bagoso

O criador do festival e também músico, Toyo Bagoso, passou por vários palcos. Conhecedor da história do blues e da musicalidade, com sua gaita, sua marca sonora também deu ritmo, cor e vida aos espetáculos.  Ouve uma palinha aí do cara, no vídeo recortado por nós. Aí já dá para sacar a wibe da festa.

Beto Saroldi e banda

Sobre o grande Beto Saroldi, qualquer coisa que esta crônica falar, será uma redundância, sobre seu talento, sua presença de palco, a vibração e personalidade do seu saxofone, extensão do seu corpo e de sua alma e de sua energia no palco. Assim como da sua banda; Maurício Sales na guitarra, Beto Brown no baixo; Al Pratt, Keyboards e Gil Eduardo na bateria. Na largada, Joe Cocker “I come in Peace” sem palavras.  Do disco Vênus, Beto Saroldi apresentou “Noites e noites em fim”, parceria dele com Frejat. No disco, Frejat canta, (veja o link abaixo), no show porém, ao vivo, Beto mandou ver nos vocais e “matou a pau” também na voz. Segue uma palinha:

Um grande artista e uma figuraça.  Generoso com os amigos, com os fãs, com as pessoas em geral. Abaixo a entrevista que ele concedeu no Hotel Buona Vitta em Gramado.

Só pelo próximo festival

Depois dessa pedra fundamental do Missisipi Delta Blues em Gramado, resta aguardar a volta para Caxias do Sul, nos dias 17,18,19 e 20 de novembro. https://mdbf.com.br/

Viva a arte. Viva a música. Viva a vida. Via o blues.

Imagens: Adriana Barcellos // Edição: Júlia Brambilla 

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