Poeta escreveu um diário em versos durante a pandemia
A Estrada de Damasco retrata a busca da conexão consigo mesma
“A Estrada de Damasco, um diário escrito em versos em tempos de pandemia” foi concebido por Bernardethe Pierina Ghidini Zardo ao longo de 2020, durante a pandemia de covid19 e o distanciamento social.
O livro tem sessão de autógrafos agendada para o dia 01 de outubro, 16h, no Espaço 2 da 38ª Feira do Livro de Caxias do Sul. A publicação conta com financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC), com apoio cultural de Empresas Randon, Instituto Elisabetha Randon e Racon Consórcios.
O nome do livro tem inspiração em uma passagem bíblica. Já as poesias brotaram a partir do cotidiano solitário e da busca de conexão consigo mesma durante o isolamento. “A Estrada de Damasco na nossa vida é um caminho que cada um vai ter que fazer. Significa encontrar a abundância interior, saciar a sede, descansar no meio do deserto”, explica Bernadethe Zardo.
Escrever poesias diariamente foi uma forma de encontrar “um caminho” em meio ao rigoroso isolamento vivenciado pela autora de 77 anos que, devido a comorbidades, precisou se afastar de amigos e familiares. “Todos nos sentíamos meio perdidos como se estivéssemos numa terra estranha. Sempre vivemos dos encontros, mas, a partir da pandemia, precisamos aprender a viver a vida de despedidas”, lembra Bernadethe.
A poeta que sempre adorou contemplar e dissecar as palavras encontrou a cura de seu desassossego na sua procura (pró+cura) que resultou na ideia de um diário de poesias como forma de expressão de suas emoções.
“A gente escutou muito na pandemia que as pessoas, por estarem sozinhas, sofreriam de solidão. O oposto da solidão não é estar junto, mas ter intimidade. E a poesia nos permite a intimidade. Palavras por vezes nos despem e a o mesmo tempo nos agasalham com amor e carinho. Foi a minha forma de me relacionar”, define a poeta.
No período compreendido entre março e dezembro de 2020, a poeta debruçou-se sobre seus sentimentos e, de forma sensível e delicada, aprisionou-os no amplo universo da poesia, presente mesmo na apresentação do livro em formato de prosa:
“Por esses dias, alivio o meu medo e as minhas tensões sustentada pelo fazer poético, bebendo cada verso como se fosse alimento e remédio à minha alma e às minhas mãos, pombas presas na incerteza se um dia vão voar.
No afã do medo, do sofrimento e da solidão, me quedo diante de Deus e da Nossa Senhora do Silêncio. O poema me mostra a estrada de jogos, de espólios e de espelhos que sempre acusamos de serem falsos. Quão verdadeiras as palavras de um poema nascido da alma e da lágrima.
…
Versos e lágrimas fazendo-se luz e sombra pela tortuosa estrada de Damasco. Cada poema é uma pegada deixada ao longo da estrada.”
Sobre a autora
Bernardethe Pierina Ghidini Zardo, a Berna, como gosta de ser chamada pelos colegas e amigos, nasceu em Nova Prata-RS há 77 anos. Graduada e pós-graduada em Educação Artística, Desenho e Filosofia, dedicou-se à educação por 30 anos.
Ocupa a cadeira número 31 da Academia Caxiense de Letras. É membro da International Writers and Artists Association (IWA), USA. Recebeu diversas premiações literárias.
Em 2012, publicou seu primeiro livro, “A Menina do Arco” e, em 2016, “Poema-Casa”, obra vencedora do Prêmio Vivita Cartier-2017. “A Estrada de Damasco, um diário escrito em versos em tempos de pandemia” é seu terceiro livro solo.
“Quando tudo isso passar
vou reler
meus recibos de fraude
e os segredos mortos
das sabedorias inúteis,
para cada instante
o juízo
de quanto sou
e quanto fui
não espero o juízo final
todos os dias
o juízo se faz.”*
*Trecho do poema Todos os dias o juízo se faz, escrito em
29 de dezembro de 2020
Divulgação Sabe Caxias:
Divulgação Sabe Caxias:
Beto Saroldi, consagrado saxofonista brasileiro,
assina a nova música de Miguel Brambilla.
Clique e ouça em primeira mão.
SERVIÇO Lançamento de livro : “A Estrada de Damasco, um diário escrito em versos em tempos de pandemia”
Autora: Bernardethe Pierina Ghidini Zardo
Data: 01 de outubro – 16h
Local: Espaço 2 – 38ª Feira do Livro de Caxias do Sul
Projeto gráfico: Ernani Carraro
Financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC), com apoio cultural de Empresas Randon, Instituto Elisabetha Randon e Racon Consórcios.
Produção cultural de Adriano Richardi de Souza, revisão de Marcos Fernando Kirst, assessoria de comunicação de Vera Mari Damian, fotografia de S. J. Schiavo e captação de recursos da Capta Ação.