A força da fé na hora da tempestade…O que significa continuar? Por Duni B.
A ideia é passar coragem, esperança, determinação, paciência. Para isso porém, será preciso descrever ou lembrar em parte a realidade do mundo em que estamos reencarnados, na mesma dimensão de outros oito bilhões de almas. Muitos fora do corpo, transitam também por esses tempos de transformação e aguda sensibilidade. Nada que não tivesse sido profetizado por Jesus ou algum outro profeta de menor evolução espiritual que o Cristo. É um mundo de provas e expiações. Existem saídas para o paraíso ou para a elevação. Como encontrar essas saídas no entanto? Os conselhos de Jesus gravado nos Evangelhos de seus apóstolos mais preocupados com a perpetuação dos ensinamentos, ainda são replicados por muitas religiões, inclusive o Espiritismo. “Orai e Vigiai para não cairdes em tentação”, um dos principais e talvez mais distorcidos conceitos do mestre, que por tanto amor que deu para a humanidade, cada dia mais aprofunda-se no respeito a sua grandeza e da realidade das coisas simples e talvez o que menos seja cumprido na decisão real de trilhar uma estrada de evolução.
O ser vai levando as reencarnações, arrastando-se pouco a pouco, sem muitas convicções da verdade, esperando passar o tempo de sua encarnação, sem dar-se conta de que a morte não existe. Não podendo morrer, ao chegar no plano espiritual imediato ao seu padrão vibratório, perceberá que ou estará perdido em uma escuridão criada por si próprio, caindo nos umbrais do egoísmo, perdido na solidão das maldades praticadas contra o próximo, desesperado por não ter mais um corpo físico para se manifestar, aprender, arrepender-se diante dos erros e dos outros e recomeçar, chora a própria consciência, mas no entanto…não morrerá. Não é das leis de Deus a morte do espírito. Ninguém morre. Não morrer é ter que viver com o céu ou o inferno dentro de si, construídos através das escolhas pessoais do livre arbítrio. É saber que a vida é eterna, que dentro ou fora do corpo, há uma linha de coerência do ser, que não dará saltos em seus impulsos, mas que vai se lapidando naturalmente pelo atrito dos ambientes em que vive, onde como na mó de pedras brutas, umas arredondam as outras, aparando as arestas e evoluindo.
No entanto, as dores da alma, os problemas morais seguem queimando no coração de quem tem consciência e sabe destas realidades, mas não desenvolveu totalmente o amor, a sensibilidade de amar. O filósofo dirá que o amor incondicional não existe, por que para amar, é preciso estabelecer a compreensão dos valores. Esse é o amor que exige a convivência e a cumplicidade entre os seres. O amor que ora em vibrações diferentes, será incondicional no sentido de ver a imortalidade da alma, orar para que as energias criadoras do Universo, na grandeza de Deus, auxiliem na criação de realidades sensibilizadoras dos sentimentos e da consciência, acelerando o progresso daqueles que amamos. Também neste mesmo sentido, amar a si mesmo, deve ser incondicional, no sentido da convivência com o coração conhecido por Deus, no íntimo das personalidades.
Felicidade, este é o objetivo da vida. Egoísmo é o motivador da ação a qualquer preço em busca da felicidade. Enquanto, ao menos intelectualmente não se pensar de que existe um sistema de compensação perfeito no Universo, a Justiça Divina, que está bem descrita na obra de Allan Kardec, “No Evangelho Segundo o Espiritismo” e outras obras, cega será a humanidade, tateando em sua retórica de vítima quando derrotada pela aparente injustiça, ou na justificativa de algoz, que tergiversa sua razão para minimizar o mal que pratica, típico de seres maus, viciosos na perfídia, na malícia, na hipocrisia.
Estes seres alternam-se inclusive nas reencarnações, na ânsia de poder, dividindo-se entre vidas e planos. Não por acaso impérios maléficos na essência duraram tanto, com reis corruptos e maus. Dinastias fundaram-se pela escravidão, dando acesso ao poder almas vigorosas em qualquer dimensão, capazes de se reconstruírem em direções sombrias pela força, pela dominação, pela viciação, sem temer o contrachoque das leis de causa e efeito, não por desconhecerem, mas por desafiarem o processo divino, até que Deus diga que o fim dos tempos estão chegados. Acontecem então os exílios espirituais. Como a morte espiritual não existe, irão os espíritos direcionados por Deus para outros mundos, planetas em dimensões e galáxias diversas, de evolução relativa, de acordo com seus avanços e débitos, conquistas e abusos, para continuarem a jornada da eternidade. Um processo de separação do joio e do trigo em que todos participam de alguma forma. Algum espinho, alguma dor, alguma tristeza sempre estará movimentando o ser para que ele reflita sobre seus atos, busque a reavaliação dos seus valores, encontre o caminho da luz em si.
Por isso é importante manter-se firme diante da tempestade. O orgulho é o maior advogado do coração ferido. O ser orgulhoso que possui certo grau de sagacidade, conseguirá convencer o mais experiente dos magistrados de suas razões. Não convencerá Deus porém, que está em sua consciência, da inocência pura do seu ser eterno, já jornadeando pelas múltiplas encarnações, vivendo num mundo de provas e expiações em processo de transição, chamado Planeta Terra.
Resta ao encarnado consciente do Cristo, das palavras de Jesus e do Espiritismo, da vida eterna, da imortalidade da alma, seguir firme no bem, mesmo que a tempestade ao seu redor, arranque as pilastras mais fundas de um destino planejado e cravado no coração da rocha, sem a solidez necessária. Nem mesmo as pirâmides do Egito vencerão o tempo, nem o grande Império da Águia. Nem mesmo o próprio planeta Terra será eterno, por que o que é matéria se transforma todo o tempo na condição de energia concentrada para utilização da forma.
Não saber não irá salvar ninguém. Ignorar por propósito não irá anistiar o errante. Saber responsabiliza, cria conflitos e recalques íntimos, dramas de consciência, depressões e reflexões filosóficas, estimula passos vacilantes, mas é um caminho de fortalecimento. Omitir-se é o atraso consciente. Negar é o arrependimento doloroso no futuro, por que é impossível ao filho de Deus negar sua origem.
A fé e a força na hora da tempestade é saber que tudo passará como disseram os mestres que passaram por fraquezas, vilezas e tempestades. Na pior das hipóteses, apelar para a caridade dos irmãos maiores, humilhando o orgulho e buscando na fé a consolação da dor que obriga a escolha entre o desespero ou o amadurecimento.
Não importa o tamanho da dor. Não importa o tamanho da ferida. Não importa onde a alma esteja caída. Jesus sempre estará com a mão estendida. E como Deus, em sua misericórdia infinita, caiam mil vezes os corações enfraquecidos, como o médico dos médicos, o irmão dos irmãos, estarão os seguidores de Jesus, seguindo seu exemplo, estendendo sua mão, seu coração, sua misericórdia sem limites, por que quem cai e cai sob a luz da razão, cai mais fundo e mais amor precisa irradia Jesus. Que um dia isso seja bem compreendido, que não se desista dos caídos e da fé em manter-se mais forte a cada minuto, por que “Se os sãos não precisam de médico”, encontrar os verdadeiramente sãos neste plano ou em qualquer outro que seja, é a obra do amor fraterno deste Ser querido chamado Jesus.
Que a fé pouca que se tenha na hora da dor e do desespero, que ainda é bem menor que os desejos de errar das criaturas na hora da bonança do poder, da calmaria da soberba e da supremacia da hora, não atrase mais o encontro com o “Consolador Prometido”, para que os horrores se apaziguem um dia e que se entenda sobre Deus, sobre Jesus. Se não amei, fui amado por Eles. Se não dei, recebi Deles. Se não quis a luz, Eles quiseram por mim. E quando eu realmente quiser, que Eles ainda estejam por me esperar na sua misericórdia infinita, para que meu coração curado da vergonha e da ira, não se deposite apenas no arrependimento pelo atraso, mas em profunda gratidão pelo respeito a minha luta. Que assim seja. Amém.