Parque da Festa da Uva deverá ter usina de energia solar
Tema foi abordado na abertura do 3º Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética
Em sintonia com a tendência mundial de investimentos na geração de energias limpas, Caxias do Sul conquistou a condição de capital gaúcha da energia solar. Para o reconhecimento pesou o fato de a cidade já ter potência instalada de 80 megawatt, o correspondente à geração de uma usina, além das diversas frentes de ação do setor privado para elevar ainda mais este volume. A cidade tem mais de 10 mil módulos solares em telhados, usinas de solo e até em garagens, montados em residências (42%), comércio (26%), indústria (18%) e áreas rurais ou agrícolas (13%).
O Município também deve empreender iniciativas nesta direção. Na abertura do 3º Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética, na manhã desta terça-feira (04/04), o prefeito Adiló Didomenico, que recebeu troféu referente à conquista, anunciou que estão encaminhadas tratativas para que seja construída uma usina de energia solar no Parque da Festa da Uva. O objetivo é que ainda neste ano ocorra a entrega de uma célula. Atualmente, o local utiliza energia elétrica e, para reforçar o atendimento durante os eventos, faz uso de geradores movidos a óleo diesel.
O prefeito ainda destacou o movimento do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) para abertura de processo licitatório visando aderir à energia solar. “O Samae tem custo mensal superior a R$ 2 milhões com energia elétrica, utilizada principalmente nos sistemas de abastecimento de água e tratamento do esgoto, consumindo cerca de 10% de toda a receita obtida. Com a redução no valor pago, em decorrência da geração de energia própria, vamos direcionar mais recursos às obras demandadas pela comunidade”, assinalou. A expectativa é que a licitação ocorra ao longo de 2024, com custo estimado de R$ 6 milhões.
O chefe do Executivo ressaltou estar no plano de governo o incentivo à energia solar. Segundo ele, é preciso baixar custos e reverter os ganhos à comunidade. “Energia convencional tem um custo elevado e tende a ser ainda maior. As energias de baixo impacto ambiental são de custo-benefício muito favorável e quem instalou está satisfeito com o retorno. Caxias do Sul está dentre as 20 cidades que mais apostaram no tema no Brasil”, reforçou.
O diretor-presidente do Sebrae, André Vanoni Godoy, foi quem lançou o desafio para a construção da usina, ao lembrar que o assunto começou a ser tratado no ano passado, durante a Mercopar. Para ele, a usina no Parque da Festa da Uva representará um símbolo do compromisso de Caxias do Sul com uma matriz de desenvolvimento sustentável, melhorando a qualidade de vida da comunidade. “Vamos trabalhar para termos, pelo menos, uma célula na próxima Mercopar, em outubro”, assinalou.
Godoy citou, ainda, que 99% dos integradores de energias limpas são pequenos negócios, principal público-alvo do Sebrae. Lamentou o surgimento de alguns percalços em função de mudanças na legislação, mas acredita ser possível ajustar de forma a manter o interesse dos empresários por energias limpas. Lembrou que, desde 2019, o Sebrae já investiu mais de R$ 3,8 milhões no desenvolvimento da cadeia de integradores da energia solar.
Guilherme Poletti, do Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha (APL), recordou os primeiros movimentos, ainda em 2019, para dar início a uma cadeia de integradores de energia solar. Atualmente, segundo ele, existem na região em torno de 6 mil empresas, atuantes nos setores metalmecânico e de plástico, sendo muitas delas ligadas à geração de energias limpas. “Esperamos que a Mercopar 2023 seja um case em energia solar, com a construção de uma usina no parque”, reforçou.
O presidente da Sicredi Pioneira, Tiago Luiz Schmidt, reforçou que até cinco anos atrás havia total desconhecimento sobre as energias limpas. Atualmente, a cadeia já é formada por milhares de empresas, a maioria de pequeno porte, que têm sido responsáveis pelo crescimento contínuo da atividade. Enfatizou que Caxias do Sul e o Rio Grande do Sul são exemplos para todo o país.
Coordenador do fórum, Tiago Cassol Severo, explicou que as avaliações de mercado para a escolha de Caxias como capital gaúcha da energia solar foram conduzidas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Sicredi e Sebrae. “Observamos um crescimento forte de instalações e geração de energia solar em Caxias do Sul. Isto deve-se a sinergia dentre todos segmentos que formam esta cadeia”, ressaltou.
O fórum segue até quarta (05/04) com o objetivo de ampliar o conhecimento do público sobre a eficiência energética e promover investimentos de empresas e entidades governamentais para melhorar a segurança, credibilidade e gestão de tecnologias energéticas. A iniciativa é da UCS, Sicredi, Sebrae e APL Metalmecânico e Automotivo. Além de palestras, há uma exposição de empresas participantes da cadeia de energias limpas e sustentáveis.
A solenidade de abertura foi ainda prestigiada por Henrique Azambuja Lagemann, representante do secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Carlos Rafael Mallmann; assessor de energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado, Eberson Silveira; assessora jurídica do Escritório de Parcerias e Estratégias da Prefeitura de Caxias do Sul, Jéssica Marchiorotto; e chefe de Gabinete do Município, Grégora Fortuna dos Passos.
Divulgação Sabe Caxias: