Uma ameaça às entregas de Sesc e Senac Por Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

Crédito: Carlos Macedo

Educação, na forma de qualificação profissional, e serviços que proporcionam bem-estar aos trabalhadores, como cultura, esporte, alimentação e saúde, são fatores de desenvolvimento. Seus benefícios sociais agregados superam os ganhos particulares de seus usuários e, por isso, merecem atenção por parte das políticas públicas.

Senac e Sesc são entidades privadas, criadas no Brasil com a missão de prover estes serviços, em especial aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo. A lógica de sua criação tem muito a ver com as concessões de serviços públicos, que ganham espaço na gestão pública e que tanto defendemos como forma de melhorar eficiência e qualidade. Ao invés de alimentar a gigantesca e ineficiente máquina estatal com mais tributos e esperar que o Estado os utilize para prover os serviços desejados, foram criadas contribuições diretas das empresas a organizações de administração estritamente privada, completamente independentes do governo de plantão e com gestores eleitos pelas representações das empresas.

Consequentemente, Sesc e Senac seguem critérios de gestão, possuem planejamento estratégico de longo prazo, baseado em metas e resultados, e oferecem inúmeros serviços com maior eficiência operacional e de reconhecidas qualidade e abrangência. Não foi à toa que, nos últimos anos, Senac-RS e Sesc/RS foram agraciados com prêmios de qualidade promovidos por fundações nacionais e internacionais. São mais de sete décadas de expertise, mudando milhões de vidas pelo Brasil.

Nas últimas semanas, contudo, tramita no Senado Federal uma medida que desvia recursos de Sesc e Senac para a Embratur, órgão vinculado a um ministério e cujo presidente é nomeado, por decreto, pelo governo. Assim, a medida representa o desvio, para fins políticos, de um volume de recursos que hoje, apenas no Rio Grande do Sul, representa 1,4 tonelada de alimentos distribuídos pelo Programa Mesa Brasil por ano, mais de 400 vagas gratuitas de educação infantil, ou a 350 mil horas-aula de formação profissional oferecidas gratuitamente por ano.

Parece razoável? Centenas de milhares de pessoas já demonstraram aos senadores brasileiros que não acham, assinando a manifestação que circula por aí.

Divulgação Sabe Caxias:

 

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