20 de março, Dia Nacional de Atenção à Disfagia

Aline Ferla – Foto Sabrina Conte

A data de 20 de março é marcada como o Dia Nacional de Atenção à Disfagia e tem como objetivo alertar profissionais e a sociedade sobre os riscos do distúrbio, além de ampliar o debate sobre a importância da avaliação, diagnóstico e tratamento precoces especializados.

Complicações como desidratação, desnutrição, pneumonias, engasgos, asfixias, problemas psicossociais e até mesmo óbito são, infelizmente, mais comuns do que se pensa. Conforme dados do Ministério da Saúde, em 2023, pelo menos duas mil pessoas morreram engasgadas no Brasil – destas, a maioria bebês ou idosos. Os desfechos são preocupantes.

No início deste mês, a atriz e humorista Heloisa Périssé deu luz ao tema nos principais veículos de comunicação do país. Ela relatou um episódio de sufocamento com alimento durante um jantar em que participava, em novembro do ano passado. Por coincidência, sua fonoaudióloga, Dra. Monica Bretas, estava à mesa e conseguiu socorrê-la. Seu comovente relato deu voz ao assunto e explicou com maestria a condição de asfixia por engasgo que, se não assistida com alta brevidade, pode ser fatal.

A Manobra de Heimlich, procedimento de primeiros socorros usado ​​para tratar asfixia por obstruções das vias aéreas superiores, quando executada por pessoas aptas e aplicada nos primeiros sinais de sufocamento, pode salvar vidas. Pedir auxílio imediato de um serviço de urgência local é mandatório, mesmo que já se conheça a técnica, para possíveis medidas de suporte à vida.

A literatura científica é vasta sobre o tema e contribui para que profissionais de saúde, especialmente fonoaudiólogos especialistas em disfagia – especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia – executem seus trabalhos com o máximo de excelência técnica para a promoção da segurança alimentar de pacientes disfágicos. É relevante destacar que mesmo pessoas saudáveis podem engasgar, mas indivíduos que sofrem com problemas de deglutição são muito mais propensos a estes tipos de complicações.

Vale ressaltar que o aprofundado conhecimento da fisiologia da deglutição normal e as especificidades dos diferentes quadros clínicos devem orientar a escolha terapêutica do profissional responsável. Disfagia tem tratamento.

Dra. Aline Ferla

Doutora em Ciências Pneumológicas – UFRGS

Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana – UFSM

Títulos de Especialista em Disfagia, Motricidade Orofacial e Fonoaudiologia Hospitalar – CFFa

Membro da European Society for Swallowing Disorders – ESSD

Membro do International Dysphagia Diet Standardisation Initiative – IDDSI

Divulgação Sabe Caxias:

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