Cirurgia robótica aumenta chances de cura de câncer de próstata e pode reduzir casos de disfunção erétil
Intervenção por meio do robô Da Vinci reduz em um terço o tempo de internação e pela metade o período de recuperação do paciente. Em Caxias do Sul, procedimento realizado pelo médico urologista Dr. Gustavo Toniazzo também diminui perda urinária após a operação
De acordo com Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais comum entre os homens, com 72 mil novos casos a cada ano no país. A boa notícia é que a tecnologia tem avançado significativamente nesse segmento e ajudado a salvar vidas por meio de tratamentos cada vez menos invasivos. Exemplo disso é a cirurgia robótica.
Na Serra Gaúcha, desde março deste ano, a intervenção cirúrgica de próstata pode ser realizada por médico cirurgião com o suporte do robô Da Vinci, instalado de forma pioneira no Complexo Hospitalar da Unimed Nordeste-RS, em Caxias do Sul. O médico urologista e professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Dr. Gustavo Toniazzo destaca que entre os principais benefícios do uso dessa inovação estão o alto nível de segurança e a precisão cirúrgica, a redução significativa do tempo de recuperação e menores chances de complicações, como disfunção erétil e perda urinária após o procedimento.
O especialista ainda exalta a cirurgia robótica como um novo marco no tratamento cirúrgico do câncer de próstata. Segundo ele, quando diagnosticado em fase inicial, apresenta em torno de 95% de chances de cura, dispensando, na maioria dos casos, quimioterapia, radioterapia ou outros tratamentos.
Em quatro meses desde a implantação do robô Da Vinci na região, o especialista, que também é coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Geral de Caxias do Sul, foi responsável por cerca de 30% do total de cirurgias robóticas na cidade. Antes da Serra disponibilizar a inovação, o urologista realizava, desde 2021, os procedimentos robóticos em Porto Alegre. A maioria dos homens operados tem idades entre 56 e 65 anos
De acordo com o Dr. Gustavo Toniazzo, a técnica apresenta vantagens tanto para o paciente quanto para o médico. Com o robô Da Vinci, o profissional tem uma amplitude visual até 15 vezes maior, o que garante uma operação mais segura, e as pinças robóticas que ele comanda fazem movimentos de 360o, alcançando regiões estreitas e angulosas, de acesso penoso em cirurgias convencionais. No que diz respeito ao paciente, entre outros muitos benefícios está o de poder voltar a uma rotina normal em cerca de um mês.
“O robô Da Vinci garante maior precisão e mobilidade durante o procedimento, o que consequentemente otimiza a preservação dos nervos e vasos sanguíneos responsáveis pela ereção. Para o paciente, sem sombra de dúvida, os principais benefícios são a rápida recuperação, visto que ocorre menor agressão dos tecidos e menor sangramento durante a cirurgia, menos dor e a redução de chances de disfunção erétil e perda urinária. Ou seja, o robô oferece vantagens relevantes em comparação às intervenções laparoscópicas e cirurgia aberta”, reforça o médico urologista especialista em cirurgia urológica, endourologia, cirurgia minimamente invasiva e cirurgia robótica.
Interação médico e robô
A cirurgia robótica de próstata é comandada pelo cirurgião, que transmite ao robô comandos elétricos a partir de um console, semelhante a um videogame. Por meio de braços, o dispositivo segura os instrumentos cirúrgicos (pinças), que giram sua extremidade em 360o, e microcâmeras.
O tempo de duração do procedimento pode variar conforme cada caso, mas em média ocorre em até 3h. O tempo de internação é entre 24 e 36 horas – um terço inferior a cirurgia aberta. Após a alta, o paciente fica de cinco a sete dias com sonda e pode retomar a vida normal a partir de quatro semanas, metade do tempo necessário em comparação com a operação convencional.
Diagnóstico precoce eleva para 95% as chances de cura
O câncer de próstata é um câncer silencioso, sem sintomas, especialmente na fase inicial. Por isso, Dr. Gustavo Toniazzo, que possui quase 30 anos de experiência médica, alerta para a importância de homens, a partir dos 45 anos, quando tiverem histórico familiar dessa doença e, a partir dos 50 anos, quando não houver predisposição genética, procurarem um urologista.
Entre os principais fatores de risco para a doença estão o histórico familiar do câncer de próstata (pai, irmão) e idade. Obesidade, hipertensão, sedentarismo e dieta não saudável já foram relacionados com câncer de próstata em alguns estudos. O câncer de próstata apresenta 95% de chance de cura se diagnosticado de forma precoce.
“Por isso, associar a realização de exames de sangue PSA e de toque retal periodicamente é a melhor forma de se prevenir e garantir uma boa recuperação”, enfatiza Dr. Gustavo Toniazzo.
Divulgação Sabe Caxias:
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